Corinthians x Flamengo: análise mostra quem é favorito e qual jogada pode decidir a partida

Veja a probabilidade de cada equipe vencer nesta terça-feira e as características que os times carregam para o primeiro confronto, nesta terça-feira, na Neo Química Arena

Corinthians e Flamengo se enfrentam nesta terça-feira, a partir das 21h30, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores em partida com forte potencial para ser decidida a partir de uma jogada aérea: sem contar pênaltis e faltas diretas, dos últimos dez gols marcados pelo Corinthians, seis nasceram em jogadas de bola alta, e o Flamengo sofreu assim sete dos últimos dez gols. Por outro lado, o Flamengo levantou a bola para marcar oito dos últimos dez gols, e o Corinthians sofreu metade do últimos dez gols dessa forma. É um potencial enorme para o jogo aéreo decidir.

 
 

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 88.629 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.619 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

A partir dessa métrica, ainda que visitante, o Flamengo é o favorito para vencer a partida, com probabilidade de 44% de levar os três pontos contra 28% a favor do Corinthians e 28% para haver empate. O Flamengo tem o ataque mais preciso da Libertadores, com um gol marcado a cada 4,6 conclusões e média de 13,3 conclusões por jogo. Foram 106 finalizações e 23 gols marcados. A pressão ofensiva do Flamengo lhe rendeu uma média de 3,6 escanteios por partida.

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

 

Mesmo quando considerados apenas os quatro jogos disputados como visitante na competição, o Flamengo fez 37 finalizações e marcou 8 gols, um a cada 4,6 tentativas.

Na Libertadores, o Corinthians tem a sétima defesa mais resistente a finalizações, com média de um gol sofrido a cada 17,0 conclusões contrárias e apenas 10,6 finalizações sofridas por partida. Nenhuma outra defesa brasileira foi tão resistente a pressões na edição deste ano da Libertadores.

Dos adversários que o Flamengo enfrentou (Sporting Cristal, Universidad Católica, Talleres e Tolima), apenas o Sporting Cristal teve em toda a sua participação uma resistência defensiva maior que a do Corinthians, com um gol sofrido a cada 23,7 conclusões contrárias, e o Flamengo venceu as duas partidas com dois gols marcados em cada jogo.

E é nesse ponto que aparece uma fragilidade do Flamengo, a terceira equipe menos resistente a finalizações na Libertadores, com um gol sofrido a cada 3,5 conclusões e média de 10,0 finalizações sofridas por jogo.

Ainda assim, será um desafio para o Corinthians. Se no Brasileirão tem o ataque mais eficaz da competição com um gol marcado a cada 8,3 tentativas, na Libertadores conseguiu apenas a sexta menor eficiência ofensiva quando comparado com os 32 times que iniciaram a competição: o Corinthians precisou em média de 15,8 finalizações para cada gol feito com média de 9,0 tentativas por jogo. Se o Flamengo obteve 3,6 escanteios por partida, o Corinthians teve em média 3,0.

 

Veja abaixo o desempenho das duas equipes nos últimos 60 dias e como elas se compararam às 20 equipes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro. O Corinthians não levou gol em sete dos oito jogos que disputou como mandante neste bimestre, e o Flamengo só não fez gol em três dos oito jogos que disputou como visitante.

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

 

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 88.629 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.619 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

 

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Leonardo Martins, Roberto Maleson e Valmir Storti.

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