Temendo desgastes eleitorais com nova troca na Saúde, centrão trabalha para manter Queiroga no cargo

Ministros do governo Bolsonaro têm repetido à exaustão nos bastidores que os ataques do presidente às vacinas para crianças aceleram a deterioração da imagem dele junto à população.

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante evento em SP em dezembro de 2021. — Foto: Reprodução

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante evento em SP em dezembro de 2021. — Foto: Reprodução

 

Integrantes do centrão têm trabalhado para que Marcelo Queiroga não saia candidato durante as eleições de outubro e permaneça no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), para evitar um novo desgaste com mais uma troca no Ministério da Saúde em meio à pandemia do coronavírus.

A principal preocupação desses aliados, segundo um líder do centrão, é que Bolsonaro aproveite a saída de Queiroga para indicar um nome ainda mais ligado à sua base radical e a repercussão da indicação contamine ainda mais a imagem de Bolsonaro em meio ao processo eleitoral.

Aliados de Queiroga têm feito circular a versão de que ele tem dado sinais desde o fim de ano que pode não sair candidato “pois poderia parecer abandono em meio a pandemia”.

 
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Mas, na verdade, desde o começo de sua gestão, o ministro da Saúde – que é médico, mas rapidamente se alinhou ideologicamente ao presidente – tem usado a pasta como palanque político para se cacifar como candidato na eleição, disputando pelo seu estado, a Paraíba.

Nas últimas semanas, no entanto, ministros do governo Bolsonaro têm repetido à exaustão nos bastidores que os ataques do presidente às vacinas para crianças aceleram a deterioração da imagem dele junto à população, majoritariamente a favor da imunização.

Esses líderes do centrão, com cargos no governo, temem o reflexo disso nas eleições e afirmam que essa postura de Bolsonaro pode ser balizadora para que o bloco decida o apoio a Bolsonaro na eleição presidencial. Mesmo que apoiem o presidente formalmente, partidos como PP e Republicanos, por exemplo, podem trabalhar nos bastidores para outros candidatos em diferentes estados, fortalecendo, inclusive, campos políticos de adversários de Bolsonaro.

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