Coligações: 123 deputados que analisaram projeto em 2017 mudam o voto em 2021; veja quais

Em 2017, os deputados extinguiram as coligações para deputados e vereadores a partir de 2020 e criaram a cláusula de desempenho. Ambas as mudanças são consideradas positivas por cientistas políticos pois fortalecem o sistema representativo. Em 2021, porém, a Câmara aprovou, em dois turnos, a volta das coligações, que ainda precisa ser analisada pelo Senado.

Pelo menos 123 deputados que votaram quanto às coligações em eleições proporcionais em 2017 mudaram o voto em 2021. Destes, quase todos (116 dos 123) defendiam a proibição há quatro anos e agora querem a volta. O levantamento do G1 considera os resultados do 2º turno das votações.

O fim das alianças na disputa proporcional (deputados e vereadores) passou a valer em 2020, conforme definido em 2017.

Para vigorar nas próximas eleições, a volta das coligações ainda precisa ser aprovada, em dois turnos, no Senado e promulgada até o início de outubro. Caso isso não aconteça e não haja nenhuma mudança na Constituição, a regra que mantém a proibição será aplicada nas eleições de 2022 (para deputados).

Cientistas políticos defendem que as mudanças aprovadas em 2017 (a criação da cláusula de desempenho e o fim das coligações proporcionais) são positivas pois fortalecem o sistema representativo ao diminuir a fragmentação partidária. Uma das suas consequências foi a redução do número de partidos no Legislativo municipal em 2020.

2017 x 2021

G1 comparou o resultado nominal do segundo turno das votações de 2017 e 2021. Dos 512 deputados que participaram da votação desta terça-feira, 224 também deliberaram em 2017, sendo que 123 (55%) mudaram o voto.

Quase todas as mudanças de voto (116 de 123) são de deputados que votaram contra as coligações em 2017 e agora são a favor. Um comportamento semelhante foi detectado na comparação com os dados das votações em primeiro turno.

Apenas seis deputados fizeram o oposto. São eles: Celso Maldaner (MDB-SC), Glauber Braga (PSOL-RJ), Hildo Rocha (MDB-MA), Ivan Valente (PSOL-SP), Jeronimo Goergen (PP-RS) e Luiza Erundina (PSOL-SP).

Além disso, um deputado mudou de favorável às coligações em 2017 para se abster em 2021 (Weliton Prado, do PROS-MG).

Deslize para baixo e use a busca para ver como votou cada deputado no 2º turno de 2017 e 2021

Deslize para baixo e use a busca para ver como votou cada deputado no 1º turno de 2017 e 2021

Votos por partido

No segundo turno, em números absolutos, os partidos que mais entregaram votos a favor da volta das coligações foram PT (46 votos), PL (36), PP (35) e Republicanos (31). Em termos percentuais, as bancadas com maior adesão foram PTB, PCdoB e Patriota, todas com 100%.

Já os partidos contrários às coligações em eleições proporcionais foram, principalmente, PDT (21 votos), PSL (20) e PSD (18). Percentualmente, aparecem Novo e Rede, ambos com 100%. O Novo tem oito deputados, e a Rede, uma.

Em 11 de agosto, no primeiro turno da votação, o maior número de votos a favor das coligações veio de PT (48 votos), PL (36), PP (34) e Republicanos (30). Além disso, PCdoB e Republicanos garantiram 100% e 93,8% dos votos favoráveis, respectivamente.

Por outro lado, PSL, PDT e PSD registraram mais votos contra as coligações. Foram 27, 21 e 19 votos, respectivamente.

Deslize para baixo para ver como votou cada partido no 2º turno de 2021

Deslize para baixo para ver como votou cada partido no 1º turno de 2021

Veja abaixo, por partido, o número de votos favoráveis às coligações em 2017 e 2021

Orientação partidária

O levantamento do G1 aponta ainda que 87 deputados descumpriram as orientações do partido quanto ao voto no plenário nesta terça-feira. As siglas com mais votos diferentes da orientação foram PSL (22 de 53 – ou seja, 41,5% foram infiéis), PSD (13 de 34, com 38,2%), PROS (4 de 11, com 36,4%), DEM (8 de 27, com 29,6%) e MDB (9 de 34, com 26,5%).

Além disso, os partidos com mais deputados fiéis (ou seja, que seguiram a orientação) foram Novo, PCdoB, PTB e Rede. Todos tiveram 100% de deputados seguindo a orientação, mas as siglas têm até 10 deputados.

Considerando as bancadas maiores, o Republicanos foi o mais fiel, com 31 dos 32 votos favoráveis. Apenas um deputado do partido (Celso Russomanno) não ficou a favor da proposta – estava ausente.

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