Vacina contra Covid-19: DF vai reduzir intervalo para segunda dose da AstraZeneca e Pfizer.

Pasta disse que prazo será de 60 dias, mas detalhes serão definidos em reunião nesta segunda-feira (12). Medida pretende aumentar segurança contra variante delta do coronavírus; Acre antecipou intervalo pelo mesmo motivo e outros estados já haviam encurtado período.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) vai reduzir para 60 dias o intervalo entre a aplicação das doses das vacinas contra Covid-19 da AstraZeneca e da Pfizer. O prazo anterior para finalizar a imunização era de 90 dias, mas foi encurtado para ampliar segurança contra a variante delta do coronavírus, segundo o governo.

Um estudo divulgado pela revista científica Nature, na semana passada, aponta que uma única dose das vacinas da Pfizer ou da AstraZeneca era pouco ou nada eficiente contra as variantes delta e beta, mas que duas doses são capazes de neutralizá-las.

Acre também reduziu o intervalo entre as doses pelo mesmo motivo, e outros estados já não utilizam o cronograma recomendado pelo Ministério da Saúde (veja mais abaixo). Já São Paulo decidiu não antecipar o intervalo, por entender que o prazo mais longo aumenta a eficácia da imunização.

Prazo no DF

A redução do prazo no DF foi confirmada à TV Globo. Ao G1, a pasta informou que “o comitê de vacinação vai se reunir para discutir os detalhes para redução do intervalo entre as doses”. O encontro deve ocorrer nesta segunda-feira (12).

O prazo recomendado pelo Ministério da Saúde para aplicação das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca é de 12 semanas (três meses).

No caso da Pfizer, a bula prevê intervalo de apenas 21 dias, mas a pasta escolheu ampliar o intervalo para aumentar a quantidade de pessoas imunizadas com a primeira dose. A AstraZeneca, por exemplo, oferece proteção parcial de 76%, 21 dias após a primeira aplicação.

Além do DF, as unidades da federação que já encurtaram o prazo são:

Argumentos contrários

São Paulo, por outro lado, informou que não vai antecipar a segunda dose das vacinas. Segundo o governo do estado, pesquisas indicam que a vacina da AstraZeneca tem eficácia maior quanto mais longo o prazo entre as duas doses.

“A estratégia que foi desenhada foi a de não antecipar a vacina da AstraZeneca, porque os estudos demonstram que quanto mais tempo você tem, melhor a imunidade. Nesse momento, a nossa estratégia é vacinar com a primeira dose o maior quantitativo de pessoas”, disse Regiane de Paula, coordenadora do Plano estadual de Imunização, no domingo (11).

A pasta disse que “acompanha a evolução das diferentes variantes do Sars CoV-2 no território nacional e está atento à possibilidade de alterações no intervalo recomendado”. Segundo o MS, “o tema foi, inclusive, discutido amplamente na Câmara Técnica Assessora em Imunizações, em reunião realizada no dia 2 de julho deste ano, sendo que o parecer (…) foi a de manutenção deste intervalo”.

Já a AstraZeneca informou, em nota, que “os estudos realizados até o momento demonstram que a vacina é eficaz na prevenção da Covid-19 sintomática quando aplicada neste intervalo de tempo”, de 4 a 12 semanas. A farmacêutica disse, ainda, que a vacinação com a segunda dose após 60 dias “foi avaliada em estudos clínicos – e, por isso, está aprovada”.

Avanço da variante delta e proteção

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Até o momento, a variante gama é a dominante no país, mas, no último mês, foram confirmados casos da delta inclusive na cidade de São Paulo. Não há casos confirmados da cepa no Distrito Federal. Enquanto isso, menos de 15% da população brasileira recebeu as duas doses contra a Covid-19.

Na quinta-feira (8), a revista científica “Nature” apresentou um estudo assinado por cientistas do Instituto Pasteur e do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS, na sigla em francês). Os resultados mostram que a delta é parcialmente resistente a alguns tipos de anticorpos, mas que duas doses da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca são capazes de neutralizá-la.

Neste domingo (11), o Distrito Federal chegou a 1.108.451 imunizados com a primeira dose ou dose única. Entre os imunizados que tomaram as vacinas da Pfizer, AstraZeneca ou CoronaVac, 362.550 receberam a segunda dose e completaram a vacinação. Já os que receberam o farmacêutico da Janssen desde o início da campanha somam 32.433.

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