O Assunto #453: Quebrar patente das vacinas ajuda?

O percentual fala por si: de quase um bilhão e meio de doses já aplicadas de imunizantes contra a Covid-19, apenas 0,3% foram parar nos braços de pessoas que vivem em países pobres. No esforço para atacar essa brutal desigualdade, a proposta de suspender as patentes ganha corpo, com inédito apoio dos Estados Unidos.

O percentual fala por si: de quase um bilhão e meio de doses já aplicadas de imunizantes contra a Covid-19, apenas 0,3% foram parar nos braços de pessoas que vivem em países pobres. No esforço para atacar essa brutal desigualdade, a proposta de suspender as patentes ganha corpo, com inédito apoio dos Estados Unidos. Neste episódio do podcast, Renata Lo Prete entrevista a economista Monica de Bolle, professora da Universidade Johns Hopkins, para avaliar viabilidade e eficácia da ideia, à luz da emergência sanitária. Especializada em imunologia e genética por Harvard, Monica não deixa de enxergar vantagens de médio e longo prazos na quebra de patentes e na transferência de propriedade intelectual. Mas é clara: “Não resolve o problema agora”. E o que resolve então? “A única forma são países com excesso de doses enviarem para aqueles onde há falta”. Ela reconhece que isso nunca foi feito na escala necessária nesta pandemia. Mas diz que a saída passa necessariamente pela cooperação global. “Temos mecanismos de coordenação, como OMS, G-20 e OMC. É preciso colocar as autoridades na mesa para negociar.”

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