Após Pazuello, Congresso mira saída de Ernesto Araújo como prioridade, defende ‘reforma ampla’ e assume articulações sobre vacina.

Após a saída de Eduardo Pazuello, integrantes da cúpula do Congresso miram a saída do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, como prioridade para que o Brasil consiga restabelecer boas relações com a China e EUA durante as negociações por vacinas e insumos.

Como o blog revelou há duas semanas, parlamentares já haviam levado o recado ao Palácio do Planalto e voltaram à carga nesta semana, inclusive, com o apoio de militares e políticos que trabalham no governo. Para a vaga de Araújo, são citados, hoje, nomes como o dos senadores Antonio Anastasia e Fernando Collor.

Ernesto Araújo inviabilizou sua relação com países que discutem a venda de insumos e vacinas para o Brasil. Diante do cenário, a cúpula do Congresso, assumiu articulações com EUA e China nos últimos dias.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, têm contatado com frequência integrantes da embaixada chinesa e também do parlamento americano.

Em reunião com empresários nesta segunda-feira (22), ambos ouviram preocupação sobre o ritmo de vacinação no Brasil. Segundo relatos, a avaliação dos parlamentares é que não há uma “bala de prata” que irá arrumar “200 milhões de vacinas” da noite para o dia e que o governo errou nas negociações, atrasando o cronograma da vacina — então, é preciso resolver de imediato os problemas envolvendo a falta de leitos, por exemplo.

 

Após Pazuello e Araújo, a ideia é pressionar por uma “reforma ampla”, como já mostrou o blog, que inclui ministros em postos estratégicos que têm gestões ideológicas e são criticados por empresários e Congresso, como Milton Ribeiro (Educação) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).

O diagnóstico entre líderes do Congresso, hoje, é de que Bolsonaro está preocupado com 2022 sem resolver 2021. E, “se a narrativa do governo for se esvaziando” — a respeito da pandemia —, sem conseguir resolver a vacinação no Brasil, Bolsonaro chegará enfraquecido ao pleito presidencial do ano que vem.

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