Lei que proíbe o cerol completa 17 anos com muitos feridos e pouca fiscalização

Imagem: Assessoria de Comunicação da PMO

A utilização do cerol ou de linha chilena foi proibida há 17 anos. Lei de julho de 2002 prevê multa de até R$ 1.500 para quem portar o material. Além disso, segundo a Polícia Civil, o Código Penal qualifica o uso como crime passível de prisão. 

A norma determina que a fiscalização seja feita pelo Corpo de Bombeiros em conjunto com a Polícia Militar (PM) e as guardas municipais. No entanto, os próprios órgãos de segurança admitem a dificuldade em fazer o monitoramento.

Sem o cerco, uma brincadeira inocente é suja de sangue, tira vidas e leva centenas de pessoas a pedir socorro nas unidades de saúde. 

E o alerta é ainda maior nesta época do ano. Os ventos são mais propícios para empinar pipas e as crianças estão em férias escolares. “Observamos, estatisticamente, que nesse período o número de acidentes é maior. Todo cuidado é pouco”, afirma o tenente dos Bombeiros Pedro Aihara.

Fiscalização

A fiscalização não é tão simples. Como o cerol é feito em casa, a polícia teria que analisar cada material utilizado nas ruas. “O uso e venda desses produtos são comportamentos difíceis de ser fiscalizados e combatidos. A eficácia da lei é comprometida pela dificuldade de analisar cada uma das linhas em uso no Estado”, acrescenta o tenente.

“É difícil a fiscalização porque é um problema cultural, passado de pai para filho, além de ser pulverizado. Mas a Polícia Militar tem feito apreensões e prisões nas áreas de risco, como próximo às rodovias”, afirma o chefe da Sala de Imprensa da PM, major Flávio Santiago. 

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais não apresentaram dados sobre essas prisões.

Mistura perigosa é temida por motociclistas; riscos também para a rede elétrica e pedestres

O cerol e as linhas chilenas oferecem risco a qualquer pessoa, mas são os ciclistas e motociclistas as vítimas mais frequentes. A velocidade com que passam pelo material cortante é uma das justificativas.

Outro risco potencial é o de corte dos fios da rede elétrica. Segundo a Cemig, só nos quatro primeiros meses deste ano foram 663 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia elétrica. Cerca de 240 mil consumidores ficaram prejudicados em todo o Estado.

Engenheiro da companhia elétrica, Demetrio Venicio Aguiar diz que pode acontecer de a própria pessoa que está segurando a linha tomar um choque ou de o fio cair energizado sobre outro pedestre na rua. O acidente pode levar a um choque leve ou até mesmo à morte.

Imagem: Assessoria de Comunicação da PMO

FONTE: HOJE EM DIA

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